PEDRO VELHO EM POESIA (Profº Nilson Freire)
Ah! Pedro Velho de tantas lembranças.
De povo forte e de inabaláveis esperanças.
Tu nasceste nas terras da grande nação tupi, Cuitezeiras.
Já que tinhas muitas árvores de cuité – cabaceiras.
De raízes Potiguares ou Tapuias, tanto faz.
Dançavas nas matas em tempo de paz.
Teus olhos eram pequenos e amendoados.
Teus cabelos lisos, tua pele morena, corpos bem torneados.
Na arena dos teus ancestrais...
Muitas vezes andavas nu – guerreiro selvagem
Destemido na abordagem.
Outras vezes cobria-se com peles de animais
Não te esqueces jamais quem de tuas areias fez cama.
É divinal...
O amarelo, o azul e o verde da tua bandeira
Com uma estrela iluminando o algodão e a cana
Estendo uma rede na varanda e observo quem passa
Apaixono-me pela nativa mais bela em toda sua graça
E embriago-me com um vento vindo do litoral faceiro
Que brinca de dedilhar as folhas do coqueiro
Plantado no quintal
Estás à margem esquerda do rio Curimataú,
Na beira da estrada que leva para o Sul.
Eras pouso certo no caminho para Nova Cruz
Despertado pelo rugido do trem.
Pelo vai e vem do mercado,
Que de tudo um pouco tem.
Existiam fazendas de criação.
Branqueavam os descascadores de algodão.
Na Capela de Santa Rita ouviu-se uma oração.
E na noite de maio o Curimataú fez arrastão.
Foi-se gado, casa, plantio, edificação.
Foi-se água abaixo o mais belo cenário.
Mas um povo batalhador não se entrega ao calvário.
Não desiste assim não.
A população atordoada, desesperada,
Sonhava acordada com uma nova morada.
Eram muitas as feridas,
Mas não houve perda de vida.
Só um vazio imenso no coração.
Fabrício Gomes de Albuquerque Maranhão
Fez, no ano seguinte, um setembro de primavera.
Fez realidade o que parecia ser quimera,
Doou um platô no alto da terra mais bela
Que Cuitezeiras tenha uma vida nova.
Que seja denominada Vila Nova.
Ah! Montanhas...
Fizeste parte de mim.
Ma já não és mais flor do meu jardim.
Mas tenho Alecrim,
Mucuri, Bocas, Nova Descoberta.
O meu peito é porta aberta.
Minhas Porteiras de Baixo e de Cima
Tenho Moreira, Casaca, Mapirunga, Reta
Tenho um Recreio, Tenho uma Boa Vista
Fascina ter Pau D’óleo, Carnaúba dos Lima,
Tamatanduba, Rua do Toco, Três Aroeiras;
O meu querido Timbó e a Faceira Canaúba do Padre
Ah meu Olho D’agua ...
Assim meus olhos enchem de água.
Fazem lembrar a origem da gente:
O Cuité e o Cuité dos Crentes.
A sombra da sumaúma, que todos chamam de Pau Grande,
Olho o que sobrou da força da natureza.
As ruínas, o antigo cemitério, o velho cruzeiro
E vejo um povo guerreiro em toda sua realeza.
Toda beleza de uma cidade do Leste Potiguar.
No balneário do rio Piquiri o calor é passageiro.
Peço a São Francisco de Assis para me ajudar.
Do alto de Carnaúba vejo o Cristo imponente.
Uma embolada de coco soa estridente.
Ao som de cada nota musical,
Nasce um artesanato de fibra de carnaúba e do sisal.
E danço pastoril e me entusiasmo com Boi Calemba de Cuité.
Uma maravilha da cultura de um povo que nunca perdeu a fé.
É preciso ter o primeiro Governador do Estado no nome
Pedro Velho de Albuquerque Maranhão
Pedro Velho onde nasci. Pedrovelhense é o meu forte coração.
Nilson Freire é professor de administração, graduado em administração com ênfase em Análise de Sistemas, pós em Docência do Ensino Superior, poeta, escultor e pintor nas horas vagas. Sonhador em tempo integral. Foi professor na E.E.Profª Mª Ocila Bezerril em 2009 lecionando a disciplina de Português. Pedro Velho/RN. É autor do Blog Escrito por mim
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